segunda-feira, 11 de maio de 2009

LADRÃO PROCESSA A VÍTIMA POR LESÃO CORPORAL

(Não conhecemos na íntegra os autos) MAS COMO É LESÃO CORPORAL:ARTIGO É O 129 , DO NOSSO CÓDIGO PENAL . E, uma certeza nós temos, não deve ser incapacidade permanente para o trabalho! (inciso I) Mas como todo direito há uma AÇÃO QUE PROTEGE. E, sabemos, que o BRASIL é o país da piada oficializada. O ladrão deve ter imaginado ter sido ferido no estrito cumprimento da PROFISSÃO. (o comentário é nosso é nosso...)


> (colaboração do leitor atento, direto da bela Piracicaba, o comunicativo NEREU PASCHOAL)

> LADRÃO PROCESSA VÍTIMA POR LESÕES CORPORAIS.
>
> Juiz considera 'uma afronta ao Judiciário' ação
> que assaltante moveu contra comerciante dono de padaria, por
> ter levado surra ao tentar roubar estabelecimento em Belo
> Horizonte.
>
> Uma ação em tramitação no Fórum Lafayette , em Belo
> Horizonte , leva às últimas conseqüências a máxima
> segundo a qual a Justiça é para todos -
>
> todos mesmo. O pedido de um assaltante, preso em flagrante
> e que decidiu processar a vítima por ter reagido durante o
> assalto, provocou surpresa até mesmo nos meios jurídicos e
> foi classificado como uma "aberração" pelo juiz
> Jayme Silvestre Corrêa Camargo, da 2ª Vara Criminal, que
> suspendeu a ação. Não satisfeito, o advogado do ladrão,
> José Luiz Oliva Silveira Campos, anuncia que vai além da
> queixa-crime, apresentada por lesões corporais: pretende
> processar, por danos morais, o comerciante assaltado. O
> motivo: seu cliente teria sido humilhado durante o roubo.
>
> Wanderson Rodrigues de Freitas, de 22 anos, se sentiu
> injustiçado e humilhado porque apanhou do dono da padaria
> que tentava assaltar. O crime ocorreu no mês passado, na
> Avenida General Olímpio Mourão Filho, no Bairro Planalto,
> Região Norte de BH. Por volta das 14h30 de uma
> terça-feira, Wanderson chegou ao estabelecimento e anunciou
> o assalto. Ele rendeu a funcionária, irmã do
> proprietário, que estava no caixa. Conseguiu pegar R$ 45.
>
> No entanto, quando ia fugir, foi surpreendido pelo dono da
> padaria, um comerciante de 32 anos, que prefere ter a
> identidade preservada. "Estava chegando, quando vi
> minha irmã com as mãos para o alto. Já fui roubado mais
> de 10 vezes nos sete anos que tenho meu comércio. Quatro
> dias antes de esse ladrão aparecer, tinha sido assaltado.
> Não pensei duas vezes e parti para cima dele.. Caímos da
> escada e, quando outras pessoas perceberam o que estava
> acontecendo, todos começaram a bater nele também. Muitos
> reconheceram o ladrão como autor de outros assaltos da
> região", conta o comerciante.
>
>
> Ele diz ainda que, para render a irmã, Wanderson escondeu
> um pedaço de madeira debaixo da blusa, fingindo ter uma
> arma. "Pensei que fosse um revólver. Quando a vi com
> as mãos para o alto, arrisquei minha vida e a dela. Mas
> estava revoltado com tantos crimes e quis defender meu
> patrimônio. Trabalhei 20 anos para conseguir comprar esta
> padaria. Nada foi fácil para mim e nunca precisei roubar
> para viver. Na confusão, chamamos a polícia e ele foi
> preso em flagrante por tentativa de assalto a mão
> armada", conta. O comerciante acha absurda a atitude do
> advogado. "O que me deixa indignado é como um
> profissional aceita uma causas dessas sem pensar no bem ou
> no mal que pode causar a sociedade. Chega a ser
> ridículo", critica.
>
>
> Quem parece compartilhar da opinião da vítima é o juiz
> Jayme Silvestre Corrêa Camargo. Em sua decisão, ele
> considerou o fato de um assaltante apresentar uma
> queixa-crime, alegando ser vítima de lesão corporal, uma
> afronta ao Judiciário. O magistrado rejeitou o
> procedimento, por considerar que o proprietário da padaria
> agiu em legítima defesa. Além disso, observou que não
> houve nenhum excesso por parte da vítima. O magistrado
> avaliou que o homem teria apenas buscado garantir a
> integridade física de sua funcionária e, por extensão,
> seu próprio patrimônio. "Após longos anos no
> exercício da magistratura, talvez este seja o caso de maior
> aberração postulatória. A pretensão do indivíduo,
> criminoso confesso, apresenta-se como um indubitável
> deboche", afirmou o juiz. Da decisão de primeira
> instância cabe recurso.
>
>
> Com 31 anos de carreira, o advogado do assaltante, José
> Luiz Oliva Silveira Campos, está confiante no andamento do
> processo. Ele alega que o cliente sofreu lesão corporal e
> se sentiu insultado e rebaixado por ter levado uma sova.
> "A ninguém é dado o direito de fazer justiça com as
> próprias mãos. Wanderson levou uma surra. Ele foi
> humilhado e, por isso, além dos autos em andamento, vou
> processar o comerciante por danos morais", afirma.
>
> Ele conta que há 31 dias Wanderson está atrás das
> grades, no Ceresp da Gameleira, pelo crime cometido no
> Planalto. Além de justificar a ação, ele desfia um
> rosário de teorias. "Não vejo nada de ridículo
> nisso. Os envolvidos estouraram o nariz do meu cliente e ele
> só vai consertar com uma plástica. Em vez de bater nele, o
> dono da padaria poderia ter imobilizado Wanderson. Para que
> serve a polícia? Um erro não justifica o outro. Ele
> assaltou, sim. Mas não precisava ter sido surrado",
> afirma. O advogado acrescenta que sua tese é a de que
> Wanderson não estava armado, mas "apenas com um
> pedaço de madeira de 20 centímetros ".
>
>
> Ele também culpa o governo pelo assalto praticado pelo
> cliente. "O problema mora na segurança pública. Há
> câmeras do Olho Vivo pela cidade. Por que o poder público
> não coloca nas padarias também? Temos que correr atrás de
> nossos direitos e Wanderson está fazendo isso. Meu cliente
> precisa ser ressarcido", diz o advogado.
> (os comentário sobre a inversão de valores ou outra opinião, deve ser postada nos comentários em seus respectivos espaços - logo abaixo - no rodapé de cada matéria...)
>

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