O primo Zé Carlos** começava a trabalhar na velha Lusitana e também era uma festa espioná-lo na azáfama do atendimento aos clientes.
Muito bons tempos aqueles, em que todas as pessoas se conheciam pelos nomes e pelas histórias de cada família; em que não havia crimes e nós, crianças, podíamos brincar à noite pelas ruas e nos finais de semana atasanar os jovens que faziam o "footing" pela praça.
Os tempos passaram, claro, e passou o Clube 7 com suas imperdíveis matinês de carnaval, o cine Pedrini, a Droguaçu, a "corintiana", o carro de aluguel guiado pelo Sr. Pierin, a jardineira que nos levava a Nova Louzã e Pinhal, o bar do Zé da Lata, a rua do feijão queimado ou das calças na cabeça e tantas outras instituições tão nossas. Veio, então, o progresso e muitas outras indústrias que não as velhas cerâmicas Armani, Martini, Chiarelli e Mogi Guaçu que nos enchiam tanto de orgulho.
Acompanhei de perto esse progresso porque foi essa encantadora cidade que acolheu meus bisinhas italianos e é nela que repousam eternante. É nela ainda que moram meus parentes maternos e foi ela que escolhi para ter meu "minifúndio" de dois alqueires e meio, e que - quis o constituinte de 88 - agora pertence ao território de Estiva Gerbi, seu primeiro glorioso Distrito, onde o Padre Armani ergueu a igrejinha de São José e onde vô Mario*** teve uma padaria e depois um bar.
Paulistana de nascimento, sou guaçuana de coração e é por isso que este meu trabalho tenta relembrar um pouco da história dessa cidade que meus Galhardonis, Boccaginis, Tamassias, Pancieras, Ravagnanis, Lealdinis e tantos outros ajudaram a construir com seu trabalho duro e honrado.
*Olga Galhardoni Ravagnani era a irmã mais velha de minha mãe;**José Carlos Ravagnani, é meu primo, filho de Olga e Cineu Ravagnani
***Mario Galhardoni - meu inesquecível vô Mario (a história completa, estamos, hoje, reeditando nos blogs, devido aos acessos que a inserção vem tendo em todo este nosso universo...)
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