domingo, 16 de fevereiro de 2014

SAPIENTE EXPOSIÇÃO DE UM ENXADRISTA DE SÃO JOÃO - QUE É DA BOA VISTA - SOBRE MAIS MÉDICO, BASEADA NO COMENTÁRIO DO MESTRE JABOR: CLIQUE E CURTA ESTE APRENDIZADO...

Odinovaldo Dino Bueno
Segundo o mestre Jabor: "MESMO QUE A PRINCESA ISABEL BAIXASSE EM ALGUM CENTRO ESPÍRITA E ASSINASSE NOVA CARTA QUE LIBERTASSE A ESCRAVIDÃO - CÁ ENTRE NÓS, ÍAMOS FICAR SEM O MÉDICOS-ESCRAVOS DE CUBA, POIS ESTES TRABALHAM QUASE DE GRAÇA( MENOS DE 990 REAIS - QUANDO SE PAGA DEZ MIL A CUBA). MAS - ACONTECE QUE TEM POLÍTICO AINDA COM SENZALA NAS SUAS FAZENDAS... BOM, OUÇA O QUE DIZ JABOR... SÓ CLICAR!
Escravidão no Brasil continua, assim como a luta contra ela.
CBN.GLOBORADIO.GLOBO.COM
  • Roberto Camara Permita-me oh nobre pensador (dos bons), colocar alguns "pontos de mutação" nesse tema?
  • Odinovaldo Dino Bueno Sinta-se à vontade - nobre pensador-enxadrista - Roberto Camara - com seu ponto de mudança... ou pontos... O que vem ilustrar, estamos para aprender e que a polêmica seja estabelecida em alguns pontos...
  • Roberto Camara Vamos tratar este tema sob vários prismas, para que não caiamos no senso-comum, Mestre Dino e divergências às favas, há de se formar uma opinião contundente levando em consideração as possibilidades, tal qual um tabuleiro de xadrez, como estamos acostumados. 
    Plano, estratégia, tática, conclusão... 

    Ponto 1) Por que importamos médicos (não são somente cubanos, mas bolivianos, venezuelanos, espanhóis, brasileiros que foram estudar fora do país)?
    A resposta estaria na demanda que existe. Não podemos negá-la, ou podemos? 
    E a resposta secundária a esta pergunta também vem da afirmação que o programa foi oferecido primeiramente aos médicos brasileiros, alguns aceitaram os trabalhos e outros não, ainda restando vagas remanescentes desta primeira convocação. 

    Ponto 2) É sabido que (aí eu vou chutar), 80% desses médicos são cubanos. 
    O que estaria por trás disso? Talvez a resposta seja o fato de que Cuba fechou acordo bilateral com o Brasil, em várias frentes. 
    É de conhecimento de todos, que Cuba sofre ainda embargo por seu regime político (que não aprovo, quero deixar claro), dos EUA e não é auto-suficiente. 

    Ora, sob essa ótica, admiramos (ou pagamos pau mesmo), para a infraestrutura americana, que foi conquistada com o seu poder de ocupação de países em desenvolvimento. 
    Então, levemos em consideração que Cuba, tal qual ocorreu com a extinta URSS, terá em breve - por bem ou por mal - uma abertura política (que já está acontecendo) e uma abertura econômica. 
    Logo, os primeiros a fincarem bandeira por lá, terão os benefícios (lógico, um país não tem só dissabores) do que Cuba desenvolveu com baixíssimo custo. Principalmente a medicina, inegavelmente de ponta. 
    Lembro que Cuba ocupa a 23ª posição no Ranking da OMS (que leva em conta principalmente mortalidade infantil e saúde preventiva). Enquanto o Brasil, de capital aberto, amarga a 124ª posição nesse mesmo ranking. 

    Então, se achamos que o modelo econômico e político de Cuba é inadequado, nada melhor do que estar presentes nessa fase de negociação para que colhamos os frutos adiante, tanto na colaboração humanitária, quanto no intercâmbio de informações. 

    Cuba também praticamente erradicou o analfabetismo, que fica à beira de 0,2%, em função de ainda haver cidadãos remanescentes do governo Fugêncio Batista. 
    Entre os jovens, o nível é 0. 
    Há 1 Mestre para cada 44 habitantes, o que dá um nível de excelência de 2,5% da população mestres. 
    Fosse no Brasil isso representaria 5 milhões de mestres. (lá o ensino é gratuito). 

    No Brasil temos apenas 55 mil Mestres... 

    Se essa parte ficou entendível, pularei para a próxima para que não fique tão cansativa a leitura, Dino!
  • Odinovaldo Dino Bueno Parabéns pela exposição! Ótima informação, com admirável maestria. Já estou preocupado com nossa troca de informações, também, no universo das sessenta e quatro casas do mundo combinativo do fascinante JOGO DE XADREZ... Parabéns por expor e ilustrar, bem informar, a todos nossos nobres leitores - sapiente amigo ROBERTO CAMARA. Sinta-se à vontade. Estes importantes dados, com certeza, estarei transpondo-os aos nossos blogs...
  • Roberto Camara 3) Vivemos em grandes centros. Por mais que reclamemos dos serviços públicos prestados (e isso é contaminação geral, não tem cor, credo, nem partido), temos frentes de controle social, como os grupos privados de fiscalização (as ONGs), os cidadãos, acesso à internet, que nos permite vivenciar as mazelas do dia-a-dia, mas mais importante: combatê-las. 

    Só que se desejamos nos tornar cidadãos plenos, não podemos fincar raízes em um microssistema e devemos pensar de forma macro. 
    Poucos conhecem, como eu conheço, o Sertão Nordestino, o Agreste Pernambucano e o Centro-Oeste e Norte do País. 

    A situação por lá é catastrófica. 
    Por lá, Mestre Dino, morre-se de várias coisas, até de fome. Morre de anemia. A anemia é combatida com o consumo de Palma, que é aquele cacto que alimenta o gado. 
    Isso não é digno, não é humano. Pensa que pneumonia mata aqui em nossa região, imagina por lá. 
    E falta de tudo: aparelhamento, infra-estrutura, água, escolas, postos de saúde. 
    Qual a diferença de valor entre a minha vida e a vida do nosso irmão sertanejo? 

    Então, a ida de médicos para esses locais significam a diferença entre a vida e a morte de um ser humano, um irmão brasileiro. 

    4) Uma vez que tenha ficado claro que há a necessidade e que os médicos não querem ir para lá e eles têm os motivos deles, que no caso dos médicos brasileiros passa inclusive por baixa remuneração (os 10.000,00 oferecidos, que seriam deduzido impostos), até a falta de infra-estrutura básica para o trabalho. 

    Então, como brasileiro, cidadão, acredito que temos que cobrar mais eficácia nesse sentido. Para que os políticos tenham isso em mente e cobre dos ministérios correspondentes investimentos pesados em infra-estrutura para estes locais. 
    Principalmente ÁGUA. 

    Passemos adiante?
  • Roberto Camara 5) Temos um conflito de interesses: por um lado, uma reserva de mercado e isso significa barganha salarial. 
    Um médico brasileiro que reclama que não há infra-estrutura para trabalhar neste local, se oferecerem para ele R$100.000,00 por mês, acabou o ...Ver mais
  • Odinovaldo Dino Bueno Roberto Camara - TOCANDO EM FRENTE...
  • Roberto Camara 6) Impostos: Cuba não aceita a saída de seus cidadãos para o trabalho (o que é deplorável), a não ser que seja por intermédio do próprio governo e lá o custo com a formação destes cidadãos impõe um imposto de 70%. 
    Esses cidadãos cubanos, hoje médicos, não fosse o regime adotado, seriam cortadores de cana, limpadores de casas de americanos que usavam a ilha como colônia de férias ou simplesmente párias da sociedade. 

    Então é uma questão diplomática. 
    O acordo para que saíssem de lá para trabalhar em cooperação com o Brasil foi esse. 70% de impostos retidos na fonte. 
    os outros 30% seriam divididos entre ajuda de custo humanitária e ajuda de custo para a família que ficou por lá. 
    Algo em torno de 10% e 20%, como fundo de reserva para que o cidadão gaste seu dinheiro em Cuba mesmo. Uma espécie de "poupança forçada". 

    Concordo? Não, não concordo. 

    Então, qual seria a solução?

    6a) Talvez naturalizar esses médicos. Porém, o governo cubano não liberaria. 
    6b) Ao recusar esse modelo, o Brasil poderia abrir mão da parceria de intercâmbio. Ou os brasileiros, torpes com essas informações erradas, passadas à população por quem tem acesso à saúde plena, não levam em conta que muita coisa será "sugada" deles?

    7) Reclamamos da forma (e eu não acho justa também, há de se mudar isso, deve fazer parte da negociação, é inadmissível que não houve imposição do governo brasileiro nessa parte) de recolhimento de impostos na fonte, mas lembro que nós brasileiros pagamos:

    27% de imposto de renda retido na fonte. 
    50% de impostos variados do que nos sobra, descontados os 27% de IR. 
    Destes 27% alguma coisa consegimos de volta. Dos 50% não, nada.

    Então, não parece um paradoxo, quando olhamos para o irmão cubano e o enxergamos como escravos e não conseguimos nos olhar no espelho?
  • Roberto Camara Espero ter colaborado com algo, Mestre Dino

    Pois nós, que somos formadores de opinião, somos seres pensantes, não podemos nos entorpecer com ranços nos impostos por certas opiniões, às quais nos encurrala em guetos jamais alcançáveis num futuro próximo. 

    Reclamamos da segurança pública e nos trancamos em prédios e/ou condomínios, transformando nossos lares em prisões...
    Reclamamos da educação, mas não combatemos os neologismos, ao contrário, até achamos graça... e matriculamos nossos filhos em escolas particulares...
    Reclamamos da saúde pública e fazemos plano de saúde como forma de protesto. 

    Nossa sociedade está doente. E precisa acordar. 

    Ou viver encurralada em seus próprios guetos sociais.
  • Roberto Camara Mestre Dino, essa questão não está fechada, não disse nenhuma verdade absoluta que não possa ser contestada, senão de forma ideológica, que seja apenas por dados que as contradigam. 

    Sou adepto do princípio de Hegel e essa é uma antítese à tese que tem se espalhado e apresentações de contrapontos. 
    Tu, Mestre, causídico que é, sabe que há sempre o contraponto. 
    Apresentei-o simplesmente, para que considerações sejam feitas, o que espero ansioso para este debate que espero seja frutífero.
  • Odinovaldo Dino Bueno Agradecemos esta bela e ilustrativa exposição do amigo e sapiente enxadrista - ROBERTO CAMARA - a qual fica aberta para demais observadores exporem seus nobres pontos de vista ao agradável tema...

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