Rosangela Scheithauer-Diogo Bueno 12 de abril às 08:45
Feijoada Sem Feijão
(R. Scheithauer)
Muitas vezes até mesmo cozinheiras profissionais têm seus dias desastrosos, não me encaixo na categoria profissional, mas o meu dia desastroso aconteceu certa vez quando morava na Inglaterra e resolvi convidar amigos ingleses para um almoço bem brasileiro. Resolvi preparar-lhes uma feijoada, pois nunca haviam provado a mais famosa das comidas brasileiras.
Levantei-me cedo para iniciar os preparativos para a "odisséia". Com muito amor e dedicação fui a cozinha às 7 da manhã, sendo que o almoço estava marcado para as 13 horas. Já havia deixado o feijão de molho durante a noite anterior, teria apenas que cozinhá-lo, adicionar as carnes e o tempero.
Devo esclarecer que na Inglaterra nos anos 80 não era fácil encontrar os típicos ingredientes como: paio, focinho, pé de porco e farofa. Sendo muito criativa, sempre encontrava um ingrediente que "lembrava" bem o original e pronto, problema resolvido.
Quando o feijão estava cozido, adicionei-lhe as carnes que encontrei no mercado: vários tipos de lingüiças, costelinhas de porco, carnes defumadas e toucinho.
Com o feijão já bem adiantado, comecei a preparar os acompanhamentos. Fiz um arroz bem gostoso e soltinho, couve - que lá não existia (e aqui na Áustria também nao), porém improvisei com um tipo de repolho verde - molho vinagrete, laranjas e farofa. Esta última nem pensar! Os ingleses nunca tinham ouvido falar na farinha e nem sequer na própria mandioca! Meu ex-marido, querendo dar uma de entendido, comparava-a com "serra de madeira" (éca! Imaginem só) e imaginem a cara que os ingleses faziam com essa comparação!
Às 11 horas só faltava arrumar a mesa, cuja decoração fiz com bandeirinhas do Brasil e Inglaterra. Típico dos ingleses (e dos ustríacos também), às 13 horas pontualmente tocaram a campainha. Ofereci-lhes a tradicional caipirinha e fui à cozinha para os preparativos finais, separei as carnes do feijão, coloquei-as em um pirex, levei todos os demais acompanhamentos à mesa e, com a intenção de servir o feijão bem quentinho, deixei-o na panela, liguei o fogo e voltei à sala.
A conversa estava tão boa que eu fiquei lá no mior papo e me esqueci do feijão e só fui me lembrar ao sentir um cheiro horrível de queimado. Corri em pânico à cozinha e o temível já havia acontecido: o feijão estava todo queimado! Pânico total! Meu Deus, e agora? Chorar não adiantaria nada! Chamei-os à mesa e servi-lhes as carnes com o arroz, couve, farofa, molho vinagrete e laranjas.
Feijoada sem feijão deve ser o que chamam de "Feijoada quase Light", ou pelo menos estou lançando uma nova receita! Fui muito elogiada, todos comeram e até repetiram! A feijoada sem feijão foi o maior sucesso.
......................................
p.s.: nao tem aquele ditado aí que diz: quem nao tem cao caca com gato? Pois entao, aqui na Áustria só caco com gato!!
(R. Scheithauer)
Muitas vezes até mesmo cozinheiras profissionais têm seus dias desastrosos, não me encaixo na categoria profissional, mas o meu dia desastroso aconteceu certa vez quando morava na Inglaterra e resolvi convidar amigos ingleses para um almoço bem brasileiro. Resolvi preparar-lhes uma feijoada, pois nunca haviam provado a mais famosa das comidas brasileiras.
Levantei-me cedo para iniciar os preparativos para a "odisséia". Com muito amor e dedicação fui a cozinha às 7 da manhã, sendo que o almoço estava marcado para as 13 horas. Já havia deixado o feijão de molho durante a noite anterior, teria apenas que cozinhá-lo, adicionar as carnes e o tempero.
Devo esclarecer que na Inglaterra nos anos 80 não era fácil encontrar os típicos ingredientes como: paio, focinho, pé de porco e farofa. Sendo muito criativa, sempre encontrava um ingrediente que "lembrava" bem o original e pronto, problema resolvido.
Quando o feijão estava cozido, adicionei-lhe as carnes que encontrei no mercado: vários tipos de lingüiças, costelinhas de porco, carnes defumadas e toucinho.
Com o feijão já bem adiantado, comecei a preparar os acompanhamentos. Fiz um arroz bem gostoso e soltinho, couve - que lá não existia (e aqui na Áustria também nao), porém improvisei com um tipo de repolho verde - molho vinagrete, laranjas e farofa. Esta última nem pensar! Os ingleses nunca tinham ouvido falar na farinha e nem sequer na própria mandioca! Meu ex-marido, querendo dar uma de entendido, comparava-a com "serra de madeira" (éca! Imaginem só) e imaginem a cara que os ingleses faziam com essa comparação!
Às 11 horas só faltava arrumar a mesa, cuja decoração fiz com bandeirinhas do Brasil e Inglaterra. Típico dos ingleses (e dos ustríacos também), às 13 horas pontualmente tocaram a campainha. Ofereci-lhes a tradicional caipirinha e fui à cozinha para os preparativos finais, separei as carnes do feijão, coloquei-as em um pirex, levei todos os demais acompanhamentos à mesa e, com a intenção de servir o feijão bem quentinho, deixei-o na panela, liguei o fogo e voltei à sala.
A conversa estava tão boa que eu fiquei lá no mior papo e me esqueci do feijão e só fui me lembrar ao sentir um cheiro horrível de queimado. Corri em pânico à cozinha e o temível já havia acontecido: o feijão estava todo queimado! Pânico total! Meu Deus, e agora? Chorar não adiantaria nada! Chamei-os à mesa e servi-lhes as carnes com o arroz, couve, farofa, molho vinagrete e laranjas.
Feijoada sem feijão deve ser o que chamam de "Feijoada quase Light", ou pelo menos estou lançando uma nova receita! Fui muito elogiada, todos comeram e até repetiram! A feijoada sem feijão foi o maior sucesso.
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p.s.: nao tem aquele ditado aí que diz: quem nao tem cao caca com gato? Pois entao, aqui na Áustria só caco com gato!!
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