Memória
Companheiro de viagem de Che Guevara morre em Cuba
Alberto Granado, de 88 anos, levou o aspirante a guerrilheiro na garupa na viagem que inspirou filme 'Diários de Motocicleta'
Alberto Granado (Javier Galeano/AP)
Morreu neste sábado, em Cuba, o argentino Alberto Granado, de 88 anos. Há meio século, Granado acompanhou o guerrilheiro comunista Ernesto "Che" Guevara em uma viagem pela América do Sul que inspirou um livro e, mais tarde, o filme Diários de Motocicleta. Sem fornecer detalhes sobre a causa da morte, a TV estatal cubana informou apenas que o corpo seria cremado e as cinzas, espalhadas por Argentina, Cuba e Venezuela.
Em 1951, Granado pilotou uma moto britânica Norton, em péssimas condições mecânicas, com Guevara na garupa. A longa viagem teria inspirado Guevara a procurar a guerrilha de Fidel Castro e a ingressar no grupo armado que derrubou à força o ditador cubano Fulgêncio Batista, em 1959.
O guerrilheiro comunista foi capturado em 8 de outubro de 1967, escondido numa grota da Bolívia. "Não disparem. Sou Che. Valho mais vivo do que morto", disse aos soldados do Exército boliviano. Estava enganado: foi assassinado pelos militares. Morto, virou um mito a alimentar a ilusão do comunismo, tantas vezes esfacelada pela realidade.
Dirigido pelo cineasta brasileiro Walter Salles, o filme Diários de Motocicleta é baseado no livro de memórias de Granado, intitulado Com Che pela América do Sul. Bioquímico de profissão, o argentino chegou a Cuba em 1961, convidado por Guevara. Nunca mais saiu da ilha, que, desde 1959, também não se livrou da ditadura dos irmãos Castro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário