terça-feira, 20 de outubro de 2009

Após oito anos, polícia de SP prende ex-promotor Igor

O ex-promotor foi preso na segunda-feira (19). Silva estava foragido desde abril de 2001 após ser condenado pela morte da mulher, Patrícia Aggio Longo, 27, em 1998. Ele foi preso após a polícia receber uma denúncia anônima e encaminhado para 81º DP (Belém). Em entrevista à Folha, a procuradora afirmou que a motivação do crime é um "desígnio insondável da alma humana" a ser descoberto.
Ex-promotor Igor Ferreira da Silva, preso em SP após oito anos foragido; ele foi condenado pela morte da mulher, ocorrida em 1998
Ex-promotor Igor Ferreira da Silva, preso em SP após oito anos foragido; ele foi condenado pela morte da mulher, ocorrida em 1998

Ainda de acordo com Valderez, o tempo que Igor passou foragido não influenciará na pena de 16 anos e quatro meses de prisão a que foi condenado. Para conseguir benefícios de progressão de regime, ele terá de cumprir 1/6 da pena, segundo a procuradora Valderez.

Prisão

Após a denúncia, a delegada Adanzil Limonta, do 31º DP (Vila Carrão), foi até o local apontado em seu carro particular --escoltada por policiais civis-- e prendeu Silva. Segundo a delegada, ele estava parado na calçada em frente a um condomínio, e não resistiu à prisão. Seu único pedido foi não ser levado ao DP em uma carro da polícia --ele seguiu, sem algemas, no carro da delegada.

Segundo a polícia, o ex-promotor disse ter tido problemas de saúde nos últimos anos. O delegado da 5ª seccional Nelson Silveira Guimarães afirmou que Silva disse estar "cansado". Ele não portava nenhum documento nem dinheiro no momento da prisão.

À polícia o ex-promotor disse que passou os últimos oito anos no interior de São Paulo, mas não revelou em qual cidade. Silva fugiu dias após ser condenado, em abril de 2001. Ele chegou a ser incluído na lista de procurados da Interpol (polícia internacional), mas o delegado afirmou que ele garantiu não ter deixado o país neste período.

Crime

Patrícia Aggio Longo, esposa de Silva, tinha 27 anos na época do crime e estava grávida de sete meses. Ela foi morta com dois tiros na cabeça, dentro do carro do casal.

Durante o processo, foi realizado um exame de DNA que, oficialmente, comprovou que o filho que Patrícia esperava não era de Silva, que exigiu na Justiça um novo exame de DNA. Após o crime, a Procuradoria Geral de Justiça denunciou Silva por homicídio qualificado (sem chance de defesa à vítima) e por aborto.

Nesta segunda, a polícia disse que Silva afirmou que, preso, poderia se defender e que pretendia apresentar supostas provas que não pôde revelar durante seu julgamento, em 2001. Desde que o crime ocorreu, Silva alega que um assaltante teria atirado contra sua mulher.

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