MAMÃE LOIRA (do rico arquivo do economista e advogado José Rodrigues de Morais Filho para nossos blogs...)
Meu querido filho Frederico Escrevo estas poucas linhas que é para saber que estou viva. Escrevo devagar porque sei que não gosta de ler depressa. Se receber esta carta, é porque chegou. Se ela não chegar, avisa-me que eu mando outra. O teu pai leu no jornal que a maioria dos acidentes ocorre a 1 km de casa. Por isso, mudamo-nos pra mais longe. Sobre o casaco que queria, o teu tio disse que seria muito caro mandar pelo correio por causa dos botões de ferro que pesam muito. Assim, arranquei os botões e coloquei-os no bolso. Quando chegar aí, pregue-os de novo. No outro dia, houve uma explosão no botijão de gás aqui na cozinha. Teu pai e eu fomos atirados pelo ar e caímos fora de casa. Que emoção! Foi a primeira vez em muitos anos que o teu pai e eu saímos juntos. Sobre o nosso cão, o Rexlino, anteontem foi atropelado e tiveram que lhe cortar o rabo, por isso toma cuidado quando atravessar a rua. Tua irmã Laura vai ser mãe, mas ainda não sabemos se é menino ou menina. Portanto, não sei se vai ser tio ou tia. Hoje, teu irmão Valclintone me deu muito trabalho. Fechou o carro e deixou as chaves lá dentro. Tive de ir em casa, pegar a reserva para a abrir. Por sorte, cheguei antes de começar a chuva, pois a capota estava arriada. Se vir a Dona Rosinha, diz-lhe que mando lembranças. Se não a vir, não digas nada. Um beijo, Tua mãe PS: Era para te mandar os 300 reais que me pediu, mas quando me lembrei já tinha fechado o envelope. |
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