Preconceito no Xadrez
(colaboração do grande incentivador do esporte arte-ciência - Marcos Antonio Natal Gomes) autora do texto: Ana Vitória Rothebarth
Ao longo do tempo vou encontrando alguns espaços na Internet aos quais gosto de voltar, um desses espaços é o Blog Vidasem coerência. Os textos têm uma qualidade muito acima da média sendo a autora a melhor jogadora de xadrez do estado de Mato Grosso (Brasil).
"Quem já sofreu algum tipo de preconceito que levante a mão!Se for pela origem étnica ou racial, pela sua religião ou crença, por deficiência, por idade ou orientação sexual, entre muitos outros, não importa. Todos são considerados discriminações.
Há dois anos atrás eu não esperava fazer parte desse grupo...
O que mais me decepcionou foi ver que o “problema” veio porque eu era uma mulher que, no meio de um monte de homem, começava a jogar xadrez.
Quer dizer, tudo começou quando comecei a ir ao shopping, aos sábados e, sempre no final da tarde. Não era para assistir filme, comer ou fazer algumas comprinhas. Era para jogar xadrez.
Jogava (e ainda jogo) xadrez na adeptus, uma livraria. Sendo estranho ou não foi o único lugar que conseguimos, depois de tanto procurar, para ser utilizado como ponto de encontro dos enxadristas de Mato Grosso.
Passado dois meses eu já havia feito muitos amigos. Eu era a única mulher que freqüentava o local, mas meu gosto pelo xadrez era tão grande que mal notava a ausência das mulheres no clube.
Jogando com homens ou com mulheres sempre deu na mesma para mim. Jogava com as mulheres em campeonatos escolares, do qual são divididos entre masculino e feminino e, por idade, mas desde cedo também comecei a jogar campeonatos absolutos, nestes não havia divisão, todos juntos, mulheres e homens de qualquer idade, jogavam entre si.
Porém o caso decepcionante veio quando ganhei de um dos homens que frequentava o local. Ele soltou a seguinte frase: “Nossa, eu perdi para uma mulher!”.
O cara era machista! Fiquei revoltada com a situação. Já ia fazer três meses que eu estava freqüentando o clube e nunca tinha ouvido uma dessas, mesmo tendo ganhado de outros. Não teve jeito, fiquei com uma imensa vontade de desossá-lo nas partidas seguintes. O resultado ficou 4x0 para mim.
Após três meses ele já tinha mudado de opinião. Começou a me respeitar como enxadrista e, o mais importante, tinha acabado aquele preconceito absurdo!
Mas é triste constar que não foi só desta vez e, deste homem, que ouvi esse tipo de comentário. "
Ana Vitória Rothebarth
"Quem já sofreu algum tipo de preconceito que levante a mão!Se for pela origem étnica ou racial, pela sua religião ou crença, por deficiência, por idade ou orientação sexual, entre muitos outros, não importa. Todos são considerados discriminações.
Há dois anos atrás eu não esperava fazer parte desse grupo...
O que mais me decepcionou foi ver que o “problema” veio porque eu era uma mulher que, no meio de um monte de homem, começava a jogar xadrez.
Quer dizer, tudo começou quando comecei a ir ao shopping, aos sábados e, sempre no final da tarde. Não era para assistir filme, comer ou fazer algumas comprinhas. Era para jogar xadrez.
Jogava (e ainda jogo) xadrez na adeptus, uma livraria. Sendo estranho ou não foi o único lugar que conseguimos, depois de tanto procurar, para ser utilizado como ponto de encontro dos enxadristas de Mato Grosso.
Passado dois meses eu já havia feito muitos amigos. Eu era a única mulher que freqüentava o local, mas meu gosto pelo xadrez era tão grande que mal notava a ausência das mulheres no clube.
Jogando com homens ou com mulheres sempre deu na mesma para mim. Jogava com as mulheres em campeonatos escolares, do qual são divididos entre masculino e feminino e, por idade, mas desde cedo também comecei a jogar campeonatos absolutos, nestes não havia divisão, todos juntos, mulheres e homens de qualquer idade, jogavam entre si.
Porém o caso decepcionante veio quando ganhei de um dos homens que frequentava o local. Ele soltou a seguinte frase: “Nossa, eu perdi para uma mulher!”.
O cara era machista! Fiquei revoltada com a situação. Já ia fazer três meses que eu estava freqüentando o clube e nunca tinha ouvido uma dessas, mesmo tendo ganhado de outros. Não teve jeito, fiquei com uma imensa vontade de desossá-lo nas partidas seguintes. O resultado ficou 4x0 para mim.
Após três meses ele já tinha mudado de opinião. Começou a me respeitar como enxadrista e, o mais importante, tinha acabado aquele preconceito absurdo!
Mas é triste constar que não foi só desta vez e, deste homem, que ouvi esse tipo de comentário. "
Ana Vitória Rothebarth
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