quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

MINHA MOGI GUAÇU, DOS VELHOS AOS NOVOS TEMPOS..

Maurinho Adorno
Sob o olhar de Maurinho Adorno – Gazeta 23.01.2014

Minha Mogi Guaçu,
dos velhos aos novos tempos

Minha primeira ligação com Mogi Guaçu – cidade que me concedeu o título de cidadão – data de 1964 e perdurou até 1971, pois à época cobri folgas e férias de meu patrão, o jornalista Arthur de Azevedo. Seis anos após, fundei o jornal “O Regional”, juntamente com os jornalistas Lia Albino de Souza e Benedito Leite de Moraes, respectivamente de Mogi Guaçu e Itapira. Nesse semanário, que não tem nada a ver com o homônimo de hoje, fiquei por exatos nove meses, e deixei a sociedade ao descobrir que meus sócios, na verdade, eram testas de ferro de dois políticos da região.
Esse período foi rico em minha vida. Conheci empresários das pujantes indústrias cerâmicas e políticos imbuídos no progresso e desenvolvimento da cidade, longe de interesses pessoais. Na Câmara Municipal, eram realizados debates de alto nível, com resultados significativos para uma cidade que apostava em seu futuro. É preciso dizer que, naquela época, os vereadores não tinham remuneração e não recebiam qualquer tipo de auxílio. Todos trabalhavam por amor à cidade.
Morando em Mogi Mirim, tomava a Itamoca (ônibus que ligava as duas cidades) e descia na praça central de Mogi Guaçu, onde hoje é o Convívio. No meio, um belo jardim, circundado por ruas de terra. Às margens, junto ao meio fio, três paus de eucaliptos, fincados ao solo, como se fosse uma trave do gol de futebol, davam o suporte para amarrar cavalos. E existiam diversos deles, especialmente em frente às lojas.
Na praça, dois estabelecimentos comerciais eram as meninas de meus olhos: uma sorveteria, pelo que me lembro da família Colombo, e uma padaria do Waldomiro Calmazini, guaçuano que se tornou prefeito da cidade. No primeiro, os deliciosos sorvetes aliviavam o calor e, no segundo, os sanduiches de mortadela, muito comuns à época. Como são interessantes as mudanças de hábitos e costumes – antigamente, pão com mortadela era comida de pobre e, atualmente, é lanche chique, disputado no Mercado Municipal da capital.
Meu retorno à cidade ocorreu em 81, com o lançamento da Gazeta. Fui muito bem recebido pelas autoridades, empresários e pela população guaçuana. O jornal cresceu e hoje, sem pieguice – até porque não é mais meu – é a voz da cidade no que diz respeito à imprensa escrita. Nessas passagens, vi a cidade crescer. Antes dependente do comércio mogimiriano, a cidade se transformou numa excelente vitrine de lojas, digna dos grandes centros.
Acompanhei também grande parte do desenvolvimento industrial desta cidade. Seus políticos souberam explorar sua maior riqueza, o rio Mogi Guaçu, cujas águas ajudaram e ajudam as indústrias em sua produção. É uma cidade em que passei boa parte de minha vida, e onde tenho grande parte dos meus amigos. No mínimo duas vezes por mês sou convidado a eventos na cidade, especialmente em chácaras e sítios, em churrascos onde rola a boa música e um papo sem igual. 
Vou pedir permissão aos leitores para não colocar nomes de amigos. São muitos, nos mais diversos ramos de atividade, e especialmente na imprensa. Mas, peço permissão para citar apenas um: padre João Paulo Ielo, com quem tive um relacionamento distante, mas intenso. Às vezes, ligava a ele e pedia um artigo sobre determinada data cristã e, como sempre, era atendido prontamente. Passamos alguns dias juntos em uma viagem e pude conhecer a bondade que existe em seu coração e sua preocupação para com os guaçuanos.
Essa cidade grande e rica atravessa um momento delicado, o de repensar seu desenvolvimento, especialmente seu parque industrial, para que possa dar a contrapartida merecida pelos seus cidadãos. E eu espero que o meu amigo, o prefeito Walter Caveanha, consiga recolocar a cidade em seus eixos. Hoje não é 9 de abril, mas parabenizo a cidade, agradecido a ela.
  • Você e José Eduardo Camargo curtiram isso.
  • Odinovaldo Dino Bueno Como esta agradável crônica nos faz trazer o útil passado que aqui, bem colocado, traz à nossa mente a cidade que vimos sua transformação, também, sempre nos proporcionando bons momentos pelas ótimas pessoas que lá conhecemos e conservamos, com todo o carinho, os bons lanços de amizade. São pessoas que curtem a arte de SER amigo e, por isso, TÊM uma imensa legião de bons amigos! Parabéns sapiente amigo-pensador - MAURINHO ADORNO por mais esta agradável crônica...
  • Maurinho Adorno Em graças a Deus, verdadeiros amigos, Odinovaldo Dino Bueno. Grato pela leitura.

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