sexta-feira, 23 de novembro de 2012

LUTO NO ATLETISMO: NELSON PRUDÊNCIO MORREU NESTA SEXTA-FEIRA NO INTERIOR DE S.PAULO - SÃO CARLOS...


Nelson Prudêncio morre vítima de câncer e deixa atletismo brasileiro de luto

Por ESPN.com.br
Getty
Nelson Prudêncio durante evento em São Paulo em 2003
Nelson Prudêncio durante evento em São Paulo em 2003
Morreu às 0h30 desta sexta-feira em São Carlos, no interior de São Paulo, Nelson Prudêncio. Aos 68 anos, dono de duas medalhas olímpicas no salto triplo, ele sucumbiu a um câncer no pulmão. Prudêncio era o último saltador vivo entre os três maiores atletas brasileiros da modalidade. Adhemar Ferreira da Silva, bicampeão olímpico, morreu em 2001; João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, morreu dois anos antes. 

Nelson Prudêncio nasceu em Lins, no interior de São Paulo, em 4 de abril de 1944. Oito anos depois, o Brasil conquistaria no salto triplo a segunda medalha olímpica de ouro de sua história, com Adhemar Ferreira da Silva. O atletismo popularizou-se, embora os atletas ainda sofressem com as dificuldades da profissão. Ainda assim, Prudêncio foi atrás do sonho de ser um saltador.

Os primeiros resultados apareceram em 1964, com apenas um mês de treinos. Então com 20 anos, ele foi campeão no Torneio de Aspirantes da Federação Paulista. No ano seguinte, Prudêncio foi campeão estadual e dos Jogos Abertos do Interior. Dois anosFilho do ex-saltador, Marcio Prudêncio falou com a reportagem da ESPN e informou que o pai já recebeu até a extrema unção, ritual católico conferido a pessoas que estão em estado gravíssimo de saúde e, consequentemente, correndo risco de morte. 

Prata nos Jogos de 1968, na Cidade do México, no México, e bronze em 1972, em Munique, na Alemanha, Nelson Prudêncio chegou a ser internado no começo de novembro. O câncer avançou muito rapidamente e não deu chances ao ídolo brasileiro do atletismo de lutar contra o mesmo.

Nos últimos tempos, Prudêncio vinha trabalhando na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) como professor Doutor em Educação Física, além de ser vice-presidente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). 

Por meio de sua assessoria de imprensa, a UFSCar informou que seu serviço socal já está acompanhando a família e que "torce por boas notícias sobre o estado de saúde de Prudêncio".

A CBAt também manifestou-se oficialmente em sua página na internet após entrar em contato com a filha do ex-atleta, Cristiana, que disse à entidade que seu pai "está em coma profundo".

"A CBAt está dando todo apoio à família", explicou o superintendente-técnico do órgão, Martinho Santos. "O filho do Nelson [Marcio Prudêncio] falou conosco e foi tentada uma transferência, via aérea, para um hospital da capital [de São Paulo]. Mas isso foi desaconselhado no momento", acrescentou Santos no comunicado. 

O ponto alto da carreira aconteceu em 1968, nos Jogos Olímpicos da Cidade do México. Prudêncio chegou à decisão respeitado, mas não era considerado favorito a medalha. Só que, à medida que a prova se desenvolvia, o brasileiro ganhou confiança. E o que se viu na reta final da competição foi uma das maiores disputas da história olímpica.

Prudêncio, o russo Viktor Saneyev e o italiano Giuseppe Gentile bateram o recorde mundial nove vezes durante a prova, alavancando a marca de 17,03 para 17,37 metros. Prudêncio, com um salto de 17,27m, ficou com a prata. O ouro foi para o russo. 

Em Munique, quatro anos depois, Prudêncio estava de volta à final. Viktor Saneyev ficou mais uma vez com a medalha de ouro, e a prata acabou nas mãos do alemão Jorg Dremel. Prudêncio ficou com o bronze, o primeiro do Brasil na modalidade. 

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